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O que é Accountability?

Accountability

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Um ano após o rompimento da barragem de Brumadinho, que deixou 259 mortos e 11 desaparecidos, as famílias ainda lutam por justiça e se unem pela dor. E quem vai se responsabilizar por todo esse sofrimento causado?

Em muitos veículos de comunicação, o desastre tem sido chamado de “tragédia da Vale”, relacionando sempre o problema à empresa. Em janeiro, poucos dias antes de completar um ano do rompimento da barragem, o Ministério Público de Minas Gerais denunciou o ex-presidente da Vale Fabio Schvartsman e mais 15 pessoas pelo crime de homicídio doloso, aquele em que há a intenção de matar. Eles também vão responder por crime ambiental, assim como a mineradora e a Tüv Süd.

Por mais que a maioria dos dirigentes tenha sido afastada do comando da Vale, quando a empresa é citada, a relação com as tragédias – de Brumadinho e de Mariana – é quase que imediata.

E o que tudo isso tem a ver com accountability?

Bem, accountability é um termo que pode ser entendido como responsabilidade com ética; e remete, justamente, à obrigação e à transparência de membros de um órgão administrativo ou representativo de prestar contas a instâncias controladoras ou a seus representados.

Por exemplo, no dia do rompimento da barragem, o então presidente da Vale afirmou em coletiva de imprensa que um laudo emitido havia pouco tempo atestava a segurança da barragem. Contudo, o documento só foi amplamente divulgado após o ocorrido. E a maioria das notícias sobre o assunto eram negativas.

Ou seja, a transparência é fundamental.

Em outras palavras, accountability é responsabilização. E mais: prestação de contas; a sociedade espera uma resposta, e quem desempenha funções importantes deve regularmente explicar o que tem feito, como tem feito, por qual motivo faz, quanto gasta e qual será seu próximo passo.

“Ah, mas minha empresa não é uma Vale”, você pode pensar. Não importa. Responsabilização é para todos negócios, de todos os tamanhos e de todos os setores.

 

O mundo está mudando

Com forte ênfase em negócios e notícias econômicas, o jornal Financial Times (FT) lançou uma campanha em que defende um olhar mais atento das empresas para o capitalismo. Ou seja, para a forma atual de se fazer negócio.

Publicado de manhã em Londres, cidade que tem forte influência sobre as políticas econômicas do governo britânico, o jornal é conhecido como “periódico superior do Reino Unido” e atingiu a marca de 1 milhão de assinantes no ano passado.

Para a editora de mercado do FT US, Katie Martin, é importante lembrar que investidores e executivos de negócios são pessoas que têm filhos em idade escolar e que podem estar planejando entrar em greve a favor do meio ambiente, inspirados em Greta Thunberg.

Para Katie, atualmente, esses investidores e os banqueiros já estão olhando muito mais seriamente para a habilidade das empresas em administrar o ambiente global mostrando suas iniciativas e responsabilização sobre o tema.

“E eles sabem que se não acertarem as atitudes na empresa, aquela próxima geração – a geração Greta Thunberg – não vai se interessar em usar seus serviços”, comenta Katie em reportagem especial do FT US.

Tudo isso tem a ver com as iniciativas que sua empresa anda encabeçando, com um propósito ético, com análises de risco bem elaboradas, com a prestação de contas à sociedade, com senso de responsabilidade. Tem a ver com accountability.

Chegando mais perto

No ano passado, o Brasil entrou na mira da ativista sueca Greta Thunberg. O país, junto a outras quatro nações (França, Alemanha, Argentina e Turquia), foi acusado de não fazer o suficiente para combater o aquecimento global. A queixa foi apresentada na Organização das Nações Unidas (ONU).

E esta não foi a primeira ação da jovem de 16 anos diante da ONU. Em 2019, Greta tornou-se uma das principais vozes sobre assuntos climáticos ao cobrar que autoridades combatam o aquecimento global.

A estudante, que tem quase 10 milhões de seguidores no Instagram chamou atenção ao ganhar lugares cativos de assembleias e encontros globais sobre o clima – e, principalmente, por fazer discursos incisivos para líderes internacionais.

Veja bem, a jovem tornou-se uma influenciadora da nova geração. Com tantos seguidores e com os olhares voltados para nosso país, as cobranças podem ter reflexos locais.

Então, ainda que sua empresa seja pequena, se pisar na bola, e não tiver accountability, poderá responder por isso.

 

A importância da accountability no mundo corporativo

Bem, cremos que as explanações acima foram suficientes para mostrar a relevância da accountability para sua empresa. Mas gostaríamos de destacar apenas mais dois pontos sobre esse assunto:

Accountability tem que valer também para a vida pessoal. Sim, porque, necessariamente, praticá-la é fazer uma escolha individual; requer uma inclinação para agir de forma correta e responsável. Além de um desejo verdadeiro de prezar pela ética.

Já ressaltamos em nosso Blog que o primeiro passo para estabelecer um código de ética é que os líderes sejam exemplo e tenham postura ética.

Sendo assim, fica mais fácil exigir que a conduta seja seguida por todos os membros da corporação, que deverão ter suas responsabilidades claras desde o início.

E aqui entra o segundo ponto: já deu para perceber que accountability se refere também à integridade do seu negócio. E, consequentemente, a mais confiança do público em sua marca.